É isso que queremos para nossa cidade?

Trânsito de BH ameaçado

Com 1,25 milhão de automóveis em circulação, um para cada dois habitantes, Belo Horizonte corre sério risco de conviver com um apagão no trânsito. A frota de veículos não para de crescer - 23% nos últimos três anos.

A solução natural para qualquer grande capital do mundo seria a construção de mais linhas de metrô. Na capital das Alterosas, porém, o metrô ainda não passa de um sonho, ou melhor, de um pesadelo. O prefeito Marcio Lacerda já cansou de dizer que a solução para o metrô é política e encontra-se lá na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. E que não conta com o metrô para a Copa do Mundo de 2014.

O prefeito aposta agora todas as suas fichas no Transporte Rápido por Ônibus (BRT, na sigla em inglês Bus Rapid Transit). Quem não tem metrô, vai de BRT. Afinal, o ótimo é inimigo do bom. Porém, até mesmo o BRT corre o risco de não ficar pronto antes da Copa de 2014.

Sem metrô e sem BRT, o que será do trânsito de Belo Horizonte, cuja frota de veículos não para de crescer? Atualmente, quatro anos antes da Copa, uma simples chuva no meio da tarde já é desculpa para o trânsito ficar engarrafado.

O possível atraso neste sistema de ônibus, alardeado como a “solução” para o trânsito na Copa de 2014, foi admitido oficialmente pelo Centro de Transporte Sustentável, instituição que assinou ontem um convênio com a Prefeitura de Belo Horizonte.

A previsão inicial é que o BRT comece a funcionar até o fim de 2013 em três grandes corredores viários da capital: avenidas Antônio Carlos/Pedro I, avenidas Pedro II/Carlos Luz e um ramal na Cristiano Machado. O problema é que desconfia-se que haverá atrasos tanto na licitação quanto nos processos de desapropriação, principalmente de terrenos na Avenida Pedro I, em Venda Nova. Isto para não lembrar que falta mão de obra qualificada e que, no meio do caminho, daqui a dois anos, teremos eleições municipais, fato político que pode travar de vez o processo.

A população de Belo Horizonte merece melhor sorte. Não pode ficar sujeito a tantas chuvas e trovoadas. Nem se contentar com essas pistas exclusivas, com ônibus articulados, com capacidade para mais de cem passageiros. É preciso mais. Muito mais. É preciso reivindicar o metrô, a solução para o trânsito.

Fonte